sexta-feira, 6 de agosto de 2010

Dois gigantes, um campeão


Daqui a alguns anos, o torcedor do Santos olhará para o poster de campeão da Copa do Brasil, em 2010, e recordará a campanha do Peixe. Na finalíssima, derrota para o Vitória por 2 a 1, num emocionante, apaixonante e vibrante caldeirão do Barradão, lotado por quase 40 mil rubro-negros baianos. Um mais apressado dirá:
- Mas foi campeão perdendo! Isso é feio!

Grande bobagem. Até porque seria impossível vencer o Vitória na noite histórica do Barradão. Os baianos jogaram no limite. Com garra, luta, estratégia, técnica e respeito ao torcedor. Como sempre foi muito difícil acreditar, desde o início da Copa do Brasil, que alguém teria força suficiente para desbancar esse enfeitiçado Santos, modelo 2010.

São duas histórias. A primeira, a da campanha. Ninguém foi melhor do que o Santos, nem mesmo o Vitória, que também fez uma trajetória exuberante na competição. A segunda, a da finalíssima. E nessa o clube baiano foi melhor do que o adversário. E o detalhe, aquele detalhe alguns ainda acham irrelevante, fez a diferença. Um gol, o de Edu Dracena, levou a Copa do Brasil pela primeira vez para a Vila Belmiro. Gol fora de casa. Esse é o regulamento. O Santos fez dois em casa e não levou nenhum. O Vitória fez dois em casa, mas tomou um. Aí foi a diferença. A grande diferença. O mais decisivo entre todos os detalhes.

O Santos não foi estupendo no Barradão porque esse adjetivo ontem foi do Vitória. Parabéns aos torcedores, que incentivaram, comandaram os gritos das aqruibancadas e jamais passaram do ponto e do limite da civilidade. Aplausos à diretoria baiana, que organizou o evento e recebeu uma decisão sem nenhum incidente. Méritos para o treinador Ricardo Silva, que atacou no limite, chegou a deixar cinco atacantes em campo, e não deu espaços na defesa. E nosso respeito aos jogadores que, mostraram empenho, força, preparo físico para encarar uma missão que teria de ser Erro Zero, não conseguiram cumpri-la totalmente, mas venceram a partida e saíram de campo reverenciados pelos torcedores.

Uma grande final de Copa do Brasil. Um grande campeão, o Santos. E que, diante da força e do poder de reação do adversário, o Vitória, deve olhar o tal poster, daqui a 20 anos, e recordar o quanto foi difícil ganhar esse título no Caldeirão do Barradão.

Texto: Lédio Carmona

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